O objectivo desta oficina é da dar a conhecer uma das formas percussivas mais antigas do Brasil, desenvolvida pelos escravos africanos levados pelos colonos para o Brasil. É uma mistura de vários estilos percussivos africanos que era utilizado como forma de manifestação contra a escravatura, exigindo a libertação através dos cânticos feitos pelos próprios músicos. Adicionalmente, pretende-se com esta oficina formar um grupo de Maracatu em Montemor-o-Novo caso haja interesse por parte dos participantes em continuar. Alexandre Garnizé é um percussionista pernambucano, etno-musicólogo, que investiga as ligações entre a música afro-brasileira e África ocidental, desenvolvendo novas linguagens através desta pesquisa.

A orquestra do Maracatu é composta apenas por instrumentos de percussão: vários tambores grandes (chamados alfaias), caixas e taróis, ganzás e um gonguê (metalofone de uma ou duas campânulas, percutidas por uma vareta de metal). Os participantes poderão aprender todos eles.

Sobre o Maracatu:
“Maracatu é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formada por uma percussão que acompanha um cortejo real. Como a maioria das manifestações populares do Brasil, é uma mistura das culturas indígena, africana e europeia. Surgiu em meados do século XVIII.

Os maracatus mais antigos do Carnaval do Recife, também conhecidos como Maracatu de Baque Virado ou Maracatu Nação, nasceram da tradição do Rei do Congo. A notícia mais remota conhecida sobre a instituição do Rei do Congo, em Pernambuco, data de 1711, em Olinda, e fala de uma instituição que compreendia um sector administrativo e outra, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do rei Congo.”
Mais sobre maracatu neste link.

Para ver/ouvir:
http://www.youtube.com/watch?v=iWOkkpRUS3M
http://www.youtube.com/watch?v=YCUWw7BsCrg
http://www.youtube.com/watch?v=aYIoEP4HdW0

Sobre Alexandre Garnizé
Nascido em Camaragibe, região metropolitana do Recife, Pernambuco, reside no Rio de Janeiro a 10 anos. Versatilidade, talento e atitude são as marcas registradas do percussionista que já viajou o mundo para representar sua comunidade e a cultura afro-brasileira e nordestina.
Garnizé descobriu a paixão pela música ainda garoto, em terreiros de candomblé. É historiador etno-musicólogo, educador, estudioso dos ritmos originários da África, compositor, musicista e arranjador, autor de trilhas sonoras de filmes. Como protagonista e compositor da trilha sonora do premiado documentário “O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas”, de Paulo Caldas e Marcelo Luna, ganhou prêmios e tomou o mundo. Foi baterista do grupo de rap Faces do Subúrbio, com o qual concorreu ao prêmio de Melhor Álbum de Rap no Grammy Latino, no ano de 2001. Também integrou o F.U.R.T.O (Frente Urbana de Trabalhos Organizados) idealizado pelo músico Marcelo Yuka. Com a banda, fez shows pelo Brasil, e o clipe da música “Não se Preocupe Comigo” foi indicado ao prêmio revelação do Vídeo Music Brasil da MTV daquele ano.
De 2001 a 2004, Garnizé participou do Percuba, simpósio de percussão realizado em Havana, Cuba, sendo o único membro brasileiro inclído no projeto.
Tocou e gravou com grandes nomes da música nacional e internacional, no Brasil e no Exterior. Foi apresentador do programa Fome Zero no Canal Futura. Sempre ativista político, foi Conselheiro Nacional da Juventude, concedeu entrevistas e ministrou palestras em diversos países da Europa, América, Ásia e África e participou de grupos culturais como o Afro Reaggae.
Com sua percussão e voz, é integrante e compositor da Abayomy Afrobeat Orquestra, única banda de afrobeat do Brasil. Toca por palcos internacionais com o Africano Wysa Bakongo e ministra workshops de percussão na escola Maracatu Brasil. Actualmente prepara o projeto de gravação do seu primeiro disco solo, inspirado em cânticos afro-religiosos.

Número máximo de inscrições: 10 pessoas
Preço do Workshop para os 10 dias: 50 euros
– pagamento no acto da inscrição (transferência bancária ou pagamento no escritório da Oficinas do Convento, dias uteis entre as 9h30 e as 13h30)
– para os participantes que precisem de lugar para dormir em Montemor-o-Novo durante os dias da oficina, poderão ficar nas camaratas das Oficinas do Convento

Inscrições: oc@oficinasdoconvento.com / 266 899 824