Conversas à Volta de Novos Paradigmas

7 de Outubro 2017

Convento de S. Francisco

Moderação por Miguel Januário

conversas-novos-paradigmas 310.45    Abertura

11.00    Educar para o saber-fazer, Alice Bernardo, investigadora e coordenadora do Saber Fazer
11.40    Paradigmas em desenho 3D e fabricação digital, Ferdinad Meier, Engenheiro e coordenador da FAB Academy
12.20    Fazer é Pensar, Isaque Pinheiro, Artista plástico,
13.00    Almoço no Claustro
15.00    Galeria Zé dos Bois: Com Deus, Sem Dono, Natxo Checa, Programador, curador, ZDB
15.40    Abrir o Privado ao Público, Leonor Carpinteiro, co-fundadora do CONDOMÍNIO Festival de Cultura Local em Espaços Habitacionais
17.20    Relato de Independência, Daniel Pires, Programador curador, Maus Hábitos,
18.00    Conversas
19.00    Visita à Oficina de Cerâmica e da Terra, Chá, vinho e fruta da épocaProjetos, ideias que expressam tenacidade frente a novos paradigmas construídos. Novos caminhos, resultados, experiências, na perspectiva de um presente para o futuro.
Percorrer processos de resgate tecnológico e metodológico na produção e fabrico à medida das procuras.
Programar no centro e na periferia, fazer circular criadores e obras, produção e consumo de objetos artísticos e criação de novas redes.
Participação – 10€ (Conversas + almoço). Inscrições para oc@oficinasdoconvento.com até dia 5 de Outubro.

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Educar para o saber-fazer 

Alice Bernardo, investigadora e coordenadora do Saber Fazer

Saber Fazer  é uma iniciativa dedicada à investigação e valorização das técnicas de produção artesanal e semi-industrial em Portugal.

Depois de acompanhar as obras de restauro de um edifício histórico em Guimarães (2005-2006), Alice trabalhou no registo dos trabalhos de estuque, pintura de fingidos e douramentos que foram executados por experientes artesãos locais. Com a falta de aprendizes na sua área e mesmo com a clara noção de que a teoria nunca substituirá a prática, tornou-se clara a necessidade de documentar com mais precisão o seu trabalho. O trabalho de registo que Alice efectuou com estes profissionais foi posteriormente publicado em 2010 e parte do seu trabalho tornou-se assim acessível ao público.
De 2010 em diante, sob a forma deste projecto, Alice Bernardo tem vindo a realizar uma longa investigação e divulgação dedicada ao trabalho artesanal em Portugal e, especialmente, às pessoas que o executam.

www.saberfazer.org

Alice Bernardo criou o Saber Fazer em 2011 como forma de estudar os ofícios e recursos do seu país. Desde então tem levado a cabo uma investigação baseada nos modos de fazer, procurando captar o conhecimento daqueles que ainda desenvolvem o seu trabalho com rigor técnico.
Nos últimos anos, a par da investigação dedicada maioritariamente às fibras têxteis naturais, tem-se dedicado à disseminação do conhecimento técnico através de programas educativos que se distinguem por serem estruturados em torno de matérias-primas produzidas localmente, bem como oficinas e publicações.

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Paradigmas em desenho 3D e fabricação digital

Ferdinand Meier

Ferdinand Meier e um engenheiro mecânico de Munique que nos últimos 10 anos trabalhou tanto na industria de construção de motores, como no mundo académico, artístico, arquitectónico e “maker”. O que junta todo um interesse interdisciplinar em desenho 3d e fabricação. O mundo do CAD e da prototipagem rápida está constantemente em progresso e esta conversa propõe dar uma visão geral sobre as ferramentas atuais e futuras, tanto de projetos técnicos como artísticos, industriais e DIY.
Em relação ao desenho, Ferdinand vai conversar sobre métodos tradicionais como “polygon mesh” e “NURBS” e dar uma olhada a desenvolvimentos mais novos como “Voxels”, e “f-reps”.
Em relação à fabricação vai apresentar projetos como “impressão 3D com barro”, “DNA-Origami”, “Digital Micro-Assembly” e impressão 3d de uma ponte.

Ferdinand Meier tem 34 anos e é mestre em Engenharia Mecânica pela FH-Munich (Munich University of Applied Sciences 2005).
Profissionalmente, colaborou nas empresas: MTU Aero Engines, indústria aeronáutica; na INNOMED, construção e fabricação de tecnologia médica; na KD-Ingenieurtechnik, desenho de peças de alta precisão, e na IGEL AG, desenho de componentes para motores BMW. Em Barcelona trabalhou em 2009 utilizando o software Autodesk REVIT e na Galiza, foi artista residente na Alg-a (artistas livres da Galiza).
Em 2011 ele concluiu um mestre no MIT-Portugal em “sistemas de energias renováveis”. Durante os quatro anos em Lisboa, ele colaborou no FabLab EDP, fui membro ativo do Altlab (Hackerspace de Lisboa) e frequentou o curso de fabricação digital FabAcademy, organizado pelo MIT-CBA. Em 2015 e 2016 trabalhou no “IAAC|Fab Lab Barcelona” como um dos instrutores do FabAcademy. Depois de uma breve residência no Farmlab-Algarve ele voltou para Alemanha onde trabalha atualmente como consultor de engenharia.

https://feadi.github.io/

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Fazer é Pensar

Isaque Pinheiro, artista plástico

Isaque Pinheiro nasceu em Lisboa, em 1972. Vive e trabalha no Porto. Para além de exposições individuais nas galerias, Caroline Pagès em Lisboa, Mário Sequeira em Braga, Presença no Porto, Esther Montoriol em Barcelona, Laura Marsiaj no Rio de Janeiro, Moura Marsiaj em São Paulo e Ybakatu em Curitiba, destacam-se também participações em exposições coletivas no Stenersen Museum em Oslo, Centro Galego de Arte contemporânea em Compostela e Caixa Cultural do Rio de Janeiro.
Está representado na Coleção de Arte Fundação EDP (MAAT), Fundação PLMJ, Museu da Bienal de Cerveira, Fundação Caixanova em Espanha, Centro Galego de Arte Contemporânea em Compostela, e Fundação Edson Queiroz, Fortaleza, Brasil, entre outras.

http://www.isaquepinheiro.com/

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Galeria Zé dos Bois – Com Deus, Sem Dono

Natxo Checa – Programador, curador Galeria ZDB

A Galeria Zé dos Bois (ZDB) é uma Associação cultural sem fins lucrativos, criada por iniciativa civil em 1994. Um centro cultural de 2500 m2 localizado no centro do Bairro Alto, no antigo Palácio Baronesa de Almeida.
Enquanto estrutura de criação, produção e promoção para a arte contemporânea, a ZDB instiga a pesquisa e investigação nas artes visuais e performativas e também na imagem e na música.
Anualmente, a ZDB apresenta exposições que produz, e acolhe/co-produz mais de 150 outros projectos artísticos, incluído residências, acções educativas, apresentações de teatro, dança e música, numa programação eclética.
Movida pelo desejo de intensificar com os criadores práticas de criação e produção, a ZDB promove residências internacionais e nacionais e estabelece relações profissionais a longo prazo com o objectivo de produzir projectos únicos.

http://www.zedosbois.org/

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Abrir o privado ao público

Leonor Carpinteiro, co-fundadora do CONDOMÍNIO – Festival de Cultura Local em Espaços Habitacionais

O CONDOMÍNIO abre portas para a ocupação temporária de casas e espaços privados, com o intuito de divulgar o panorama artístico e cultural da cidade de Lisboa. Num ambiente descontraído, de convívio e de intervenção independente, são partilhados e discutidos vários projectos, ao mesmo tempo que se vai desvendando o património arquitectónico da cidade. A par de uma programação multidisciplinar, o CONDOMÍNIO encoraja a adopção de um modo mais próximo e saudável de viver a cidade.

https://condominiofestival.wordpress.com

www.facebook.com/condominio.festival

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O Relato da Independência

Daniel Pires, programador, curador Maus Hábitos

O nome Maus hábitos, surge associada à fundação em 2001 de um Espaço de intervenção cultural independente e intermédio que se situa no coração do Porto, no 4 º piso da garagem de estacionamento modernista frente ao Coliseu do Porto.

Nasce única e simplesmente da associação e colaboração de artistas e gente próxima da criação e do mundo das artes.

Ao mesmo tempo que nasce o MH surge uma associação que tem sido parceira deste desde os primeiros dias, a associação cultural Saco Azul, que quanto ao nome não precisa de muitas explicações, e esta serve de apoio institucional para se candidatar a bolsas e fundos de apoio à criação e à programação por exemplo concluimos este ano um apoio Tripartido com a Camara Municipal do Porto.

O Maus Hábitos é uma empresa e caracteriza-se especialmente pelo seu carácter interdisciplinar dado pela multiplicidade de espaços de lazer e fruição e espaços de consumo e pela sua capacidade de arriscar, ou seja tem um restaurante pizzaria, um bar que serve os concertos e as noites de festa, assim como uma sala de concertos que tem em média 11 actuações por mês, tem também um espaço de residências e uma sala de exposições que faz apresentações de novos projectos todos os mêses, neste momento temos 32 colaboradores com quem partilhamos uma  gestão de transparência e confiança.

A nossa diferenciação é feita pela qualidade da programação que apresentamos, sendo esta direcionada para multiplos públicos que na sua heterogeniedade fazem um universo de pessoas que se interessam por actividades artísticas, creativas e de lazer.

Esta mistura é muito criticada por alguns puristas do mundo da arte mas constitui a nossa força e a nossa energia, é nesta panóplia distintiva de indivíduos que conseguimos encontrar o fio condutor da nossa programação, e a nossa singularidade.

A programação de concertos é assegurada nos ultimos anos por um músico compositor o Luis Salgado que consegue descortinar projectos emergentes que “são interessantes e geram interesse” , portanto gerando trafego no espaço e portanto consumo e consequentemente independência financeira.

Nas artes plásticas a programação é assegurada por artistas e curadores convidados; as residências são feitas ora por convocatórias, ora por convites, e também por parcerias com espaços internacionais com quem fazemos protocolos de colaboração.

Como referi no ínicio do texto o nosso espaço está num 4 andar que tem 800 m2 de àrea e  o que poderia ser a partida um “handicape”, ou seja não estar na rua revelou-se uma virtude, fazemos parte dos insterstícios invisíveis que fazem das cidades espaços vibrantes, e criativos , e somos maioritariamente visitados por pessoas curiosas, que também alimentam a nossa curiosidade.

http://www.maushabitos.com/

Daniel Pires foi Fotógrafo de moda e professor durante 12 anos. Licenciado em Fotografia pela Escola Superior Artística do Porto, e Mestrado em Design da Imagem pela FBAUP –

EM 2001 dá origem ao  Espaço de intervenção cultural Maus Hábitos.

Realiza com alguma regularidade conferências, desenvolve o projecto  Pinoteca – construção de pin´s e foi membro durante 3 anos da direcção da Agência ADDICT.

Em 2012 participa durante 6 meses em Guimarães Capital da Cultura 2012 – “ON OFF – Laboratório de Criatividade Urbana” e em 2014 foi eleito director do Coliseu do Porto pelos associados independentes.

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Moderação:

Miguel Januário

Miguel Januário nasceu no Porto em 1981, é licenciado em Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Trabalhou como freelancer em design e video no espaço cultural Maus Hábitos, no Porto, sendo membro da Associação Saco Azul, dinamizadora de diversas actividades artísticas, e colaborador da Riot Films. Desenvolve intervenções no espaço público desde 1998 e em 2005, no âmbito académico, criou o projecto de intervenção ‘±MAISMENOS±, que se tornou uma referência no panorama nacional e internacional da street art. Em 2009 desloca-se para Lisboa e de 2011 a 2013 foi director artístico na Ivity Brand Corp. Em 2014 estabelece o seu estúdio no Porto e passou a dedicar-se quase exclusivamente ao ‘±’, levando este projecto a outros países, marcando o seu lugar na cena artística internacional. Actualmente frequenta o doutoramento em Design na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. O seu trabalho artístico já teve exposto em várias galerias nacionais e internacionais, assim como em diversos festivais de arte, destacando-se a galeria Vera Cortes em Lisboa, a Caixa Cultural no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, a galeria Wunderkammern em Roma, o Museu de Arte Contemporânea de Roma, o Nuart Festival, o Walk&Talk e o Festival Iminente. Tem diversas obras na colecção António Cachola do Museu de Arte Contemporânea de Elvas e é representado pela Galeria Underdogs de Lisboa. Participou em duas TedTalks, no Porto e em Luanda.