HISTÓRIA
Na sequência do levantamento realizado por Vasco Fernando e Lídia Cantanhede em 1990, e que esteve na origem da formação das associações OFICINAS DOS CONVENTO E MARCA-ADL, no qual foram identificados na região antigos telheiros em diversos estados de conservação, e verificada a existência de possibilidades de transmissão dos conhecimentos e práticas tradicionais às novas gerações, foi elaborado um projecto de recuperação de um telheiro existente na Encosta do Castelo de Montemor-o-Novo. Gerido pela MARCA-ADL e OFICINAS DO CONVENTO desde 1997, na sequência de um protocolo entre estas entidades e a Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, o Telheiro da Encosta do Castelo pretende criar dinâmicas de desenvolvimento local a partir de saberes-fazeres tradicionais, estimulando utilizações inovadoras no panorama contemporâneo.
Desde aí que mantém uma produção regular de produtos de construção – tijolo, tijoleira, pavimentos, revestimentos – e de cerâmica decorativa – azulejo, mosaico – de venda ao público, a partir de técnicas tradicionais. Os materiais e processos utilizados privilegiam a sustentabilidade ambiental, alimentando assim uma dinâmica económica sem resíduos poluentes.
O Telheiro funciona também como um pólo de investigação artística e produção escultórica. Destacam-se os três Simpósios Internacionais de Escultura em Terracota (1996, 1998 e 2001), que permitiram avançar para a cerâmica de grande formato, estabelecendo uma relação directa com a arquitectura tradicional e com as matérias cerâmicas do lugar, pontuando o Espaço Público.
O Telheiro da Encosta do Castelo constitui-se como património edificado da cidade de Montemor-o-Novo e representa uma actividade tradicional da região. A sua preservação e dinamização contribui para cuidar a identidade cultural da região, enquanto elemento vivo de memória. O seu espaço pode assim ser visitado e objecto de estudo no âmbito de diversas áreas disciplinares, representando por isso um recurso para Escolas, Instituições, Associações, Empresas, entre outros.
Após a requalificação e reestruturação do Telheiro e com a inauguração do Centro de Investigação de Cerâmica (Antigos Lavadouros Públicos de Montemor-o-Novo) e do Laboratório de Terra, em Março de 2015, nasce assim as Oficinas da Cerâmica e da Terra que se divide nestes dois novos espaços em conjunto com o Telheiro da Encosta do Castelo. O Centro de Investigação Cerâmica e o Laboratório de Terra abrem possibilidades para o desenvolvimento de novas propostas na área da formação, investigação, materiais cerâmicos e de construção e trabalho com a comunidade.